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Capa da obra prima |
Fórmula?
Talvez esta seja a maior crítica em torno dos livros do Dan Brown. Não
entendeu o que estou falando? Pois bem, explico-me. Muitas pessoas defendem que
esse escritor tem uma fórmula pré-pronta para seus livros, e que se prestarmos
bem atenção, todos os livros tem a mesma estrutura.
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É, o cara não escreve livros assim! |
Nosso querido amigo escreveu 6 livros, sendo eles em ordem cronológica:
Fortaleza Digital, Ponto de Impacto, Anjos e Demônios, Código da Vince, O
Símbolo Perdido e por fim, Inferno.
Sendo bastante honesto li 5 dos 6 livros publicados por ele, com exceção
do primeiro livro Fortaleza Digital. E tenho que convir que Dan Brown usa mesmo
uma fórmula bastante clara nas obras que vão do Ponto de Impacto ao Código da
Vince, no entanto, está fórmula é bastante envolvente e interessante e sem
dúvida vale a pena ler tais livros. Por mais que a ESTRUTURA ou a fórmula sejam
as mesmas as histórias são ótimas e diferentes.
Vocês repararam que eu não inclui o Símbolo Perdido e o Inferno no
conceito de fórmula que o Dan Brow usa? Não irei falar aqui do seu livro
anterior, porém o mesmo já traz uma pequena ruptura com o seu método de contar
histórias, ou melhor, na forma como ele as finaliza. Já o Inferno é uma mudança
total no modo como o autor elabora suas histórias. Não vou me alongar muito
mais neste tópico, porém, só preciso dizer que em seu último livro Dan Brown dá
um belo de um “tapa na cara” de quem o acusava de ser um escritor sem
criatividade e previsível, o que, na minha opinião, ele nunca foi.
História
Bem neste tópico irei lhes apresentar uma pequena, e bastante resumida,
análise de partes da história que está separada em três partes, a saber:
narração, o inimigo e as referências históricas. Portanto, fica o alerta: a
partir daqui teremos spoleirs.
No tópico anterior eu havia falando que Dan Brown quebra e muito sua
fórmula de escrita e o principal motivo de tal quebra, na minha opinião, é a
narração. Talvez a palavra narração não seja o melhor termo para explicar o que
eu quero dizer, porque o tipo de narrador ainda é o mesmo, as descrições ainda
são as mesmas, o que mudou então? A ordem como as coisas são contadas, o que
proporciona aquelas incríveis viradas de mesa, agora são demonstradas de uma
maneira muito mais incrível do que antes.
Basicamente, Robert Langdon tomou um tiro na cabeça e acordou
em um hospital sem lembrar de nada do que aconteceu nos últimos dois dias e uma
mulher tenta matá-lo logo nas primeiras páginas do livro, sensacional! “Por que
estou na Itália, quem é amigo? Quem é inimigo, em que se pode confiar? O que
exatamente está acontecendo? Como assim eu já conheci essa pessoa? Por que
esses caras estão atrás de mim? Por que estou tendo um sonho maluco com o
inferno?”, essas são as perguntas que o professor terá que responder se quiser
sobreviver.
Vocês já repararam que em todos os prefácios desse escritor
sempre acontece algo bizarro, um assassinato, que é bastante comum, ou algo do
gênero? Aqui temos um suicído, até aí tudo bem se o suicida não fosse o vilão!
Sim, isso mesmo, o vilão já está morto no início do livro, aqui a corrida é
contra o tempo, pois ele deixou em alguma caverna subterrânea um vírus, que
acredita-se ter o poder de exterminar a humanidade, de trazer uma nova peste
negra, de trazer o inferno de novo. Bastante parecido com o que acontece em
Anjos e Demônios não? Errado, pois dessa vez não é apenas contra a destruição
do Vaticano e pela vida de alguns cardeais que se luta e sim pela própria
existência da humanidade como a conhecemos.
Mas qual a motivação do vilão para tais atos? Simples: a
Terra está com pessoas demais, estamos perto de um colapso mundial então o que
podemos fazer? Na concepção dele, apenas uma coisa, diminuir o número de
humanos, custe o que custar, é preferível trazer um inferno passageiro do que
encarar a nossa própria extinção.
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Principal cenário de nossa aventura |
E as referências a história e a arte ainda estão em sua
escrita? Sim, iguais a antes, o que por si só é um grande presente. Não temos
como negar que Florença não deve em nada para Roma, Paris ou Washington, e a
vida e obra de Dante Alighieri são incríveis, o que ajuda a obra a se tornar a
melhor e mais espetacular aventura de Robert Langdon.
Personagens
Falar dos personagens de Dan Brown é complicado para mim devido ao meu
honesto e sincero ufanismo kkkkk. Gosto muito de todos os personagens escritos
por ele, mas honestamente neste livro o cara matou a pau.
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Os filmes são uma merda, mas o Ton Hanks é um exelente Langdon |
Primeiramente nós temos a volta do professor Robert Langdon, o que por si
só, já valeria um tópico separado, ou até mesmo, um texto inteiro neste humilde
blog. Vou fazer uma crítica ao personagem que tanto gosto agora, ele não
evolui. Parem para pensar vocês que como eu leram o livro, o Robert é o mesmo
do Anjos e Demônios até agora, ele não amadureceu ou criou algum trauma depois
de tudo que ele viveu. Porém, isso acaba criando um efeito contrário na gente.
Ao invés de não suportá-lo, como o personagem é o mesmo e bastante carismático,
diga-se de passagem, a cada livro novo, temos a sensação de estarmos
reencontrando um velho amigo, impressionante não!? Vou dar um pequeno spoler
agora para demonstrar como nos envolvemos com o professor Langdon: no início do
livro, Robert descobre que perdeu seu relógio do Mickey, aquele relógio que ele
ganhou do pai dele e que o acompanha sempre em todas as aventuras sumiu! Mas
fiquem calmos, pois ele reencontra o bendito nas últimas dez páginas do livro,
e o alívio é geral tanto do Robert como o leitor.
Eu disse na introdução desse tópico que nosso amigo escritor matou a pau
neste livro escrevendo ótimas personagens, venho agora fazer uma correção, ele
não criou boas personagens, ele criou as duas MELHROES PERSONAGENS DA SUA
CARREIRA, estas personagens são melhores que o professor de história da arte de
Haverd.
Uma dessas personagens é a mocinha, a doutora Sienna Broks.
Diferentemente das outras “namoradinhas” de Langdon ela tem uma história de
vida realmente chocante. Criança super-dotada que sofre muito devido as suas capacidades
mentais. Daí você vai me perguntar: como assim Don Magno? Calma que eu
respondo, por ser muito inteligente Sienna não consegue se encontrar no mundo,
vê sua inteligência como uma maldição e se pergunta “por que sou diferente?”,
afirmando: “quero apenas ser normal”. A depressão da médica é tão profunda que
isso chega uma reação bastante incomum no seu corpo. A busca de Sienna e sua
história paralela são fascinantes.
Guardei a melhor personagem pro final, atenção senhoras e senhores, a
melhor personagem já escrita por Dan Brow, o vilão: Bertrand Zobrist. É muito
complicado falar dessa personagem sem dar grandes spolers, então tentarei
preservar o máximo possível da história e ainda assim mostrar a todos como ele
é incrível. Primeiro de tudo como já disse, ele está morto, não há mais nada
que o nosso amigo em pessoa possa fazer para deter os protagonistas. Segundo
nunca teremos um Bertrand Zobrist por Bertrand Zobrist, só sabemos do
personagem por outros personagens, e por um vídeo que foi deixado por ele, o
que torna nossas sensações em relação a ele as mais variáveis, conforme o ponto
de vista de quem fala. Por fim, a perigosa reflexão para a qual ele nos
desperta, o planeta está com gente demais, o que fazer para diminuir essa
população, e vou mais além, a incrível convicção de que é nosso dever fazer
alguma coisa.
Enfim
É preciso encarar a finitude das coisas da vida, e um dia Dan Brown terá
que terminar as aventuras do nosso velho amigo Robert Landgon, mas
aparentemente está hora ainda não chegou.
Inferno é a Magnum Opus de Dan Brown, não pela sua vendagem,
mas sim, pela sua genialidade, nem sempre o livro mais vendido é o melhor,
então recomendo, ou melhor, convido a todos vocês a lerem esse livro, que
merece ser celebrado durante muitos anos como um grande livro de suspense do
século XXI, talvez o melhor da década de 10 do nosso século!
Bem galera,
não conheci as internets por querer!
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